Para evoluir é preciso organizar

14/03/2014 - Para evoluir é preciso organizar

volvo_pavimentadora.jpgPor Guilherme Ramos*
O Brasil vive um momento de destaque no cenário mundial. Na última década, o país passou por transformações, se fortaleceu economicamente e, por consequência disso, expandiu suas fronteiras internacionais. Prova disso foi a ocupação do posto de 6ª maior economia do mundo, em 2012, quando ultrapassou o Reino Unido. E o cenário continua promissor para os próximos anos, apesar das dificuldades naturais de se manter firme no topo após uma rápida ascensão. De acordo com projeção do FMI - Fundo Monetário Internacional – até 2016, o país deverá ultrapassar o PIB da França, atualmente, a quinta colocada no ranking.
Embalada por essa sensação de otimismo, a preparação do país para a Copa do Mundo e a Olimpíada geraram enorme expectativa para quem pretendia investir por aqui e, sobretudo, e da própria população, sedenta por melhorias em sua qualidade de vida. Nessa linha, em meados de 2012, o governo elevou para R$ 698,3 milhões os gastos com obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, que incluem o alargamento de vias, a construção de novos acessos para dar vasão ao trânsito, entre outros.
Às vésperas da Copa, que se inicia em junho, nem tudo está pronto por enquanto, é bem verdade. Mas é preciso considerarmos, os esforços dos governos estaduais e federal para que tudo ocorra da melhor maneira possível. Além disso, é necessário levarmos em consideração as adversidades enfrentadas para implantar essas melhorias em cidades extremamente populosas, muitas vezes com condições climáticas que contribuem para os atrasos, entre outros contratempos que, mesmo previstos nos planejamentos, impactam no cumprimento do cronograma.
A Pesquisa CNT de Rodovias 2013, que é realizada anualmente pela Confederação Nacional do Transporte, apontou que dos 96.714 quilômetros de rodovias analisados, 63,8% apresentam irregularidades no pavimento, geometria ou sinalização da via. Diante deste cenário de grande demanda, a presidente Dilma Rousseff, anunciou recentemente uma nova rodada de concessões de rodovias para o segundo semestre deste ano.
Ao todo, serão 2.600 quilômetros de novas rodovias que irão, estrategicamente, contribuir para o escoamento, sobretudo, da safra agrícola da região Centro-Oeste - responsável pela metade da produção nacional de grãos em 2013 - e produtos de agropecuária oriundos do Sul do país.
A medida foi vista com bons olhos pelos empresários do setor, já que a principal característica dessas parcerias é a velocidade na finalização dos projetos, diferente das obras tocadas pelos governos que costumam ser mais morosas até mesmo pelos processos de controle que são, e devem ser inerentes à gestão de recursos públicos.  Certamente essas novas concessões contribuirão, no curto e no médio prazo, para alavancar e fortalecer ainda mais o setor.
O desafio imposto para este ano é grande, especialmente para o nosso setor agrícola, um dos principais pilares da economia nacional. Ainda hoje, nossas rodovias são a principal “esteira” para escoar toda a nossa produção. Assim, a boa conservação das rodovias reflete, diretamente, na chegada mais rápida da carga ao seu destino, baixa o custo de manutenção dos caminhões, além de consumir menos combustível, contribuindo para redução de emissões.
Para todos os efeitos, 2014 começa como se espera, ou seja, com planejamento, com metas pré-estabelecidas de médio e longo prazo, com uma programação de investimentos constantes e bem distribuídos de acordo com as necessidades do país, e em grande escala para reestruturar as condições de escoamento da produção, sem que isso onere o valor dos produtos.
Por se tratar de um ano eleitoral, portanto, um período para redefinir rotas e avaliar o que foi feito nos últimos anos, será fundamental para projetarmos o que queremos para os próximos anos, com olhar especial para as áreas de infraestrutura, transporte e logística e, sobretudo, capacitar estruturalmente o nosso país para trilharmos a estrada de sucesso que vem por aí.
E o país já vem construindo há algum tempo o debate sobre o setor, por meio de iniciativas como a Brazil Road Expo - evento Internacional de Tecnologia em Pavimentação e Infraestrutura Viária e Rodoviária -, que chega, este ano, a sua quarta edição, reunindo mais uma vez todos os elos da cadeia de infraestrutura viária e rodoviária. São ações deste tipo que farão com que as grandes oportunidades que o país apresenta sejam ponto de partida para melhorias que perdurem e que tragam desenvolvimento e competitividade ao Brasil.
 
* Guilherme Ramos é engenheiro civil e diretor da Brasil Road Expo, a principal feira de infraestrutura viária e rodoviária do Brasil, cuja quarta edição acontece de 9 a 11 de Abril de 2014, em São Paulo.

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