MND a serviço da redução de perdas de água

01/09/2014 - MND a serviço da redução de perdas de água
 
mnd.jpgO Método Não Destrutivo (MND) avança como maior aliado nas obras de trocas de ramais e substituição de redes. Um dos desafios da Sabesp é reduzir os índices de perdas de água no estado
O foco principal da Sabesp para solucionar problemas de abastecimento de água em São Paulo é fortalecer o Programa de Redução de Perdas, que contempla ações como localizar vazamentos e trocar ramais e redes de água. O MND (método não destrutivo) é um dos principais aliados nessas obras, por não prejudicar o fluxo de pessoas e veículos, nem interferir na rotina das cidades.
“As técnicas de MND são variadas, se adéquam às necessidades de cada projeto”, ressalta o assistente executivo da Sabesp, Dante Ragazzi Pauli, enfatizando que em todas as regiões de concessão da empresa, quase a totalidade dos trabalhos de troca de ramais é realizada pelo método não destrutivo.
A Sabesp optou por executar a substituição de redes com a utilização do PEAD, material que apresenta menor número de juntas e, consequentemente, menor risco de incidência de vazamentos. “Em relação ao método construtivo, sua definição é realizada no projeto executivo das obras, baseia-se em critérios técnicos que levam em consideração as características de solo, tráfego e ocupação urbana, entre outros. As redes substituídas são as mais antigas, normalmente localizadas nas áreas centrais, mais antigas das cidades, onde é muito difícil poder interditar as vias, sendo, nestes casos, o MND o mais indicado”, explica Dante.
O procedimento é trocar ramais com problemas. Além deles, outros pontos que mais apresentam vazamento são os cavaletes e por fim as redes. Dante informa que a empresa realiza um trabalho incessante de pesquisa e detecção de vazamento, permanecendo atenta a novas tecnologias e métodos para minimizar perdas, como o uso de VRP (válvulas redutoras de pressão).
O presidente da Abratt – Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva, Paulo Dequech, acrescenta que o setor de MND no Brasil dispõe de conhecimento e tecnologias capazes de efetuar esses trabalhos de forma rápida e segura, seja na localização dos vazamentos, vídeos inspeções, recuperação de redes antigas e trocas.
“Hoje as soluções de MND disponíveis se adéquam a cada necessidade dos projetos, vão da localização do problema do vazamento até a troca ou reparo das redes, sem qualquer interferência no cotidiano da cidade, nem valas ou buracos a céu aberto”, explica.
Vale destacar que o aumento populacional de São Paulo contribui para transformar a cidade em uma região de alta escassez hídrica. De acordo com a Sabesp, só na região metropolitana o consumo é 438% maior que a oferta natural. Isso significa que, se a vazão dos rios que circulam for dividida pela quantidade de habitantes, verifica-se um índice extremamente baixo de disponibilidade hídrica por pessoa.
 
Programa de redução de perdas
De acordo com o executivo, a perda da água caiu graças às ações implantadas. “Antes, o percentual chegou a atingir 34% de perda de faturamento, hoje conseguimos reduzir para 25%. Existe uma tendência de queda gradativa”, informa.
O Programa de Redução de Perdas prevê a substituição de 670 quilômetros de redes nos próximos três anos. “Em 2015, serão iniciadas as obras correspondentes a 280 quilômetros de rede de distribuição, em municípios do Interior (como São José dos Campos, Tatuí, Caraguatatuba, entre outros) e no município de São Paulo. Os valores correspondentes serão definidos conforme os respectivos projetos executivos sejam finalizados”, explica ele. Uma das premissas do programa é substituir pelo menos 1% da extensão da rede de distribuição ao ano.
A região metropolitana de São Paulo exige um trabalho complexo que precisa ser constantemente reavaliado. As ações são implantadas ao longo do tempo, a exemplo de países como o Japão, que na década de 40 tinha uma perda física de água em 80%, e hoje a cidade de Tókio conseguiu reduzir para 5%, num trabalho gradativo durante 60 anos.
A Sabesp obtém aporte de investimentos de US$ 360 milhões junto à JICA (Japan International Cooperation Agency), maior agência de fomento do Japão, para injetar no programa de redução de perdas.
Entre as principais exigências da JICA no programa é que as metas sejam cumpridas, com implantação de ações em todos os municípios operados pela Sabesp, desencadeando um amplo investimento em obras, como troca de ramais, substituição de hidrômetros, setorização de medição, multiplicação das válvulas de controle de pressão, troca e modernização de redes.
“Os investimentos da JICA são a forma mais viável e rápida da Sabesp ter condições de realizar todas as ações de redução de perdas, que até então estavam sendo feitas com recursos financeiros próprios da concessionária”, explica Dante Ragazzi.
 
Substituição das redes
A Sabesp assumiu o compromisso estipulado pela JICA de fazer o trabalho de substituição de redes, a ser realizado por prioridades e condições estruturais.
“A substituição de redes tem custos mais altos que os da troca de ramais, entretanto precisa ser feita e consta no planejamento de investimentos da Sabesp, por trazerem resultados concretos. São feitos estudos para saber onde há prioridades, locais onde a rede é mais antiga e possui maiores problemas de manutenção”, reforça Dante.
Para o executivo da Sabesp, a sequência num planejamento lógico prioriza os problemas mais emergenciais de um determinado ponto trocando o ramal, e em seguida substitui-se a rede. “É isso que temos planejado”, enfatiza. “Temos que garantir a perenidade no desenvolvimento do programa e a troca de redes está prevista nas próximas etapas”.
 
 
Foto: divulgação
Timepress Comunicação Empresarial

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