Novo ano exige mais dinamismo do Brasil

15/03/2012 - Novo ano exige mais dinamismo do Brasil

* João Leopoldino Neto

leitorA expectativa otimista que animou o ano de 2011, apesar do cenário pouco estimulante pelo resto do mundo, também entre nós não se justificou, como o esperado. A decepção com o andamento dos diversos setores de atividade, tanto pública quanto privada, não foi suficiente para causar grandes alaridos sociais ou debacles econômicas, mas continuou mantendo o país em uma espécie de marcha lenta que a ninguém pode interessar. Ainda mais quando cotejado com as incríveis e incalculáveis velocidades da era da informática, que reduzem antigas práticas de gestão e administração a peças de museu.

O setor da construção pesada nacional, como de conhecimento pleno no Brasil e até em boa parte do mundo, tem como uma de suas marcas registradas a capacidade de ousar e empreender, buscar e atingir novos limites para então descobrir e criar formas de superá-los. E os testemunhos dessa ousadia criativa e tecnológica são feitos de concreto, permanecem pelo tempo à vista de todos, servindo como suporte para outras vertentes da economia e do bem estar coletivo.

Como sempre, e em virtude do otimismo que mapeou a sociedade brasileira desde o início do ano que se encerrou, o setor da construção pesada preparou-se para atender a um significativo volume de obras públicas, prometidas e anunciadas aos quatro ventos pelas autoridades, estaduais e federais.

Investiu maciçamente em novos equipamentos, desenvolveu estratégias gerenciais modernas e adequadas às exigências tecnológicas de agora e marcou presença constante e atuante na capacitação e reciclagem de mão de obra, fundamental para o pleno desenvolvimento dos desafios que se anunciavam para o segmento da infraestrutura de transportes.

É penoso, mas necessário, constatar que toda essa expectativa otimista não encontrou eco na indispensável parceria com o poder público, o principal agente dessas empreitadas em relação ao desenvolvimento. Importantes obras, algumas já licitadas, outras ainda circunscritas apenas ao papel, continuam aguardando a superação de entraves e gargalos burocráticos para serem iniciadas. Afinal, é preciso superar as dificuldades para promover o progresso atendendo anseios da sociedade como um todo. O Brasil e os brasileiros ingressaram no terceiro milênio.

Como é do espírito empreendedor da grande maioria, agora que o novo ano se inicia, renovam-se também as esperanças de que eventual morosidade dos procedimentos administrativos seja, afinal, reduzida, tanto pelas cobranças de entidades representativas, quanto da própria sociedade. O país precisa investir maciçamente em infraestrutura e São Paulo, vanguardista histórico, aguarda mais e maiores recursos em setor tão fundamental para manter a expansão de sua economia. É urgente e imperioso fazer frente aos novos desafios que batem à nossa porta, grande parte em razão de eventos internacionais que o país sediará e deve se preparar para isso, até em função das repercussões mundiais desses feitos.

Reflexões e cobranças à parte, o momento do início de um novo ano também deve nos conduzir para a renovação do otimismo e da esperança para todos os brasileiros, principalmente dentro do dogma que é a marca registrada do setor da construção pesada: desafios foram feitos para serem vencidos e superados. Que assim seja!

* João Leopoldino Neto é engenheiro, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp)

 

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