Motorista consciente não provoca acidente

31/05/2012 - Motorista consciente não provoca acidente

* Luiz Carlos Martire

leitor

O Brasil ocupa a quinta posição no mundo em quantidade absoluta de mortes no trânsito, depois da Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Dados estatísticos do IBGE mostram que em diversos estados o trânsito mata mais do que a violência interpessoal. Alguns fatores devem ser ponderados: desde 2000 a frota de automóveis e caminhões cresceu mais de 50%. Mas, nos últimos 12 anos, com o Programa de Concessões Rodoviárias e investimentos na ampliação, recuperação e conservação de estradas por parte do DER-SP, as rodovias paulistas alcançaram padrões de segurança equiparáveis aos das rodovias dos países mais desenvolvidos. Entre as 20 melhores rodovias do país, 19 se localizam no Estado de São Paulo.
Considerando os investimentos injetados em obras de recapeamento de ruas, avenidas e rodovias, eliminando as irregularidades dos pavimentos, e na melhoria da sinalização, com uso de novas tecnologias que permitem melhor visibilidade dos sinais regulamentadores, observa-se que os usuários atestam o avanço no tocante a maior segurança e conforto, fato que também melhora a fluidez no transporte do trânsito pesado. Aliás, o bom escoamento das cargas da produção agroindustrial é de grande relevância para melhorar a competitividade internacional dos produtos brasileiros.A modernização das vias públicas, com adoção desses novos procedimentos, apresenta um problema: possibilidade de aumento na ocorrência de acidentes em razão do abuso de velocidade. A solução para evitar mais tragédias no trânsito reside unicamente na capacitação do motorista para dirigir em pistas bem conservadas e sinalizadas. Cabe a ele dirigir dentro das normas de segurança, sem abusar da velocidade, limitando-se ao que é permitido na sinalização existente.
Outro fato de relevância indica que é impossível controlar o álcool e drogas alucinógenas, bem como o estado de conservação dos veículos quando o condutor adentra uma rodovia e abusa do excesso de velocidade. São esses os fatores responsáveis pela maioria dos acidentes. Fato que torna necessária uma ampla campanha, a ser desenvolvida pelos órgãos rodoviários brasileiros, com a finalidade de conscientizar a população sobre a importância de obedecer aos limites de velocidade. A indisciplina pode ser aferida pelo grande volume de multas aplicadas pelos radares que registram menos de 1% das ocorrências de desobediência. Problema que tende a se agravar em decorrência dos eventos internacionais aguardados, com aumento do fluxo de turistas.
Necessário correr contra o tempo. Promover campanhas objetivas de educação e, principalmente, liberar os recursos prometidos para melhorar toda a malha rodoviária do país, sinalizando-a adequadamente, de acordo com premissas da ONU em seu programa de ação pelo trânsito seguro. O objetivo é diminuir os acidentes que provocam mortes em número superior àquelas provocadas por conflitos e guerras que ocorrem em muitas partes do mundo.
Estudos elaborados por técnicos especializados indicam que a falta de civilidade e a imprudência continuam responsáveis pelos piores acidentes, onde o índice de ocorrências é muito alto para os padrões de segurança aceitos mundialmente.
O transporte rodoviário de cargas é fundamental para a economia de qualquer país. De outra parte, a locomoção de passageiros deve ocorrer com segurança. Ou seja, o Brasil depende de boas rodovias para prosperar. É necessário que haja educação para o trânsito a fim de evitar a perda de vidas humanas e grandes prejuízos econômicos. Afinal, motorista consciente de sua responsabilidade segue as recomendações dispostas nas normas de sinalização e não se submete aos efeitos do álcool e das drogas quando for dirigir. O respeito à vida certamente diminui o risco de acidentes.

* Luiz Carlos Martire é diretor-presidente da Sinalisa Segurança Viária Ltda. e diretor do Sinicesp

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