Competitividade da indústria brasileira depende da energia

04/04/2012 - Competitividade da indústria brasileira depende da energia

Expectativa da ABRACE é que conselhos do Plano Brasil Maior, lançados hoje, permitam inclusão da competitividade da energia entre os objetivos do Plano; assunto foi tema de carta encaminhada pela associação a ministérios
 
A ABRACE (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) tem acompanhado com muita apreensão a evolução do Plano Brasil Maior, uma vez que a questão do custo da energia ainda não foi diretamente considerada nas medidas anunciadas hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A expectativa da associação é que o tema seja trabalhado nos próximos dias pelos conselhos setoriais do Plano. Como a própria presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje, durante o evento de instalação dos conselhos, nenhum governo faz programa de enfrentamento com medidas de uma única vez.
“O que a indústria quer é condição permanente de competição, suportada por ganhos contínuos de produtividade e condições favoráveis na infraestrutura nacional, o que passa necessariamente por uma redução nos custos da energia, seja elétrica ou gás natural”, afirma o presidente-executivo da ABRACE, Paulo Pedrosa, será conselheiro do Conselho Setorial de Energia.
Por isso, a ABRACE encaminhou carta – que segue abaixo – aos ministérios da Casa Civil, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Minas e Energia, defendendo a inclusão da questão da energia competitiva na pauta da reindustrialização brasileira.
 
Excelentíssimo Sr. Ministro,
Tendo em vista o esmerado esforço do Governo Federal em tomar medidas sérias para reindustrializar nosso país e entendendo ser Vossa Excelência um dos principais agentes e interlocutores deste processo, vimos por meio desta carta manifestar a preocupação dos industriais reunidos na Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE). Não tivemos até agora indicações de que a redução dos preços do gás natural e dos encargos que recaem sobre as tarifas de energia elétrica serão temas contemplados. Essas seriam medidas que trariam competitividade imediata ao país, atraindo investimentos de longo prazo.
Nossas associadas, que alimentam as cadeias produtivas nacionais, têm em média nestes insumos energéticos mais de 20% de seus custos de produção. Para algumas, esse custo é superior a 50%. É por isso que acreditamos que o Brasil tem uma oportunidade de ser transformado, ao se atacar o preço da energia, sem subsídios ou protecionismo. Eliminar encargos como a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e tantos outros, que representam cerca de 20% das tarifas de energia, trará injeção imediata de competitividade. Além disso, todos os consumidores, não só industriais, serão beneficiados, potencializando um círculo virtuoso e sustentável de crescimento interno em um momento que o mundo vive em crise.
Defendemos o tratamento das concessões do setor elétrico com base na modicidade tarifária e que contemple os consumidores livres de energia. A indústria precisa ter acesso à energia barata dos grandes leilões de hidrelétricas. Também precisa de gás natural, competitivo e em quantidade, para disputar mercado em um cenário no qual o energético desponta como alavanca do desenvolvimento industrial dos nossos maiores competidores mundiais.
Sabemos do comprometimento deste governo e por isso estamos certos de sermos ouvidos e compreendidos em nossos pleitos.
Estamos à disposição para contribuir neste processo, apresentando nossos pontos de vista, análises e estudos.
Paulo Pedrosa
Presidente-executivo da ABRACE

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