À espera de medidas concretas de governo para crescimento da economia, micro e pequeno industrial ainda torce por dias melhores

14/07/2016 - À espera de medidas concretas de governo para crescimento da economia, micro e pequeno industrial ainda torce por dias melhores

MPIs mantêm alta expectativa com o governo interino de Michel Temer, apesar de continuidade do cenário ruim, aponta pesquisa Simpi/Datafolha

A 40ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, encomendado pelo Simpi ao Datafolha, realizada entre os dias 10 e 23 de junho, quando o governo do presidente interino, Michel Temer, completou 48 dias, aponta que os micro e pequenos industriais ainda sofrem os efeitos da crise econômica, já que 75% dos dirigentes temem pelo futuro de seu negócio. Ainda assim, a expectativa de 76% dos entrevistados é que, na área econômica, Temer fará uma gestão melhor que a anterior. A medição de avaliação e expectativa quanto ao presidente interino, começou a ser feita um dia após a sua posse, dia 13 de maio, e será realizada mensalmente.
Encerrando-se o primeiro semestre de 2016, a pesquisa mostra uma estabilidade negativa no cenário geral da micro e pequena indústria, já que a maioria dos índices apresentou pouca ou nenhuma oscilação. A carga tributária, por exemplo, vem trazendo dificuldades aos negócios. Para 75% dos dirigentes, os impostos dificultam muito o desempenho da empresa, patamar que se manteve desde o início do ano. Contribuindo para a piora do cenário, o nível de inadimplência no recebimento se manteve em alta. Em junho, 52% sofreram calotes que podem ultrapassar 30% do faturamento das empresas.
O índice de investimentos também preocupa. Nunca se investiu tão pouco nas MPIs quanto nos últimos meses. No mês passado, apenas 9% das empresas da categoria realizaram algum investimento, seja ele em máquinas e equipamentos, manutenção ou em espaço físico, resultado igual à edição anterior. O indicador aponta ainda que não há sinalização de melhora, já que 88% não pretende fazer investimentos no próximo mês.
Outra questão igualmente alarmante é que 60% das MPIs tem capital de giro em nível insuficiente ou limitado, o que traz ainda mais dificuldades. Na tentativa de amenizar o problema, os dirigentes recorrem à busca de crédito. No mês passado, o meio mais utilizado para obtenção de capital de giro foi o cheque especial, pois mesmo com os juros altos, 24% o utilizaram. Outros 4% tomaram empréstimo pessoal no banco e apenas 12% conseguiram crédito para pessoa jurídica.
Apesar do quadro crítico, a expectativa quanto ao cenário político se mantém em alta. Em junho, 75% disseram que acreditam que o presidente interino, Michel Temer, fará, de maneira geral, um governo melhor do que a presidente afastada, Dilma Rousseff. Em relação ao setor de atividade das empresas, dos entrevistados, 60% avaliam que o peemedebista terá um desempenho melhor. Após 48 dias de governo, completos no dia 23 de junho, quando se encerrou o campo de pesquisa, 23% veem governo Temer como ótimo ou bom até o momento.
Para Joseph Couri, presidente do Simpi, "com a ausência de sinais positivos na economia, até agora, o cenário ruim se manteve. Espera-se do governo federal medidas concretas para que a situação melhore e possa haver uma sinalização positiva", afirma.

A Pesquisa
O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.
A íntegra das 40 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (www.simpi.org.br).

NA Comunicação e Marketing

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