Decisão de construir novas usinas nucleares podem criar empregos e acelerar economia no Brasil

04/12/2015 - Decisão de construir novas usinas nucleares podem criar empregos e acelerar economia no Brasil
 
abemi_antonio.jpgHá boas perspectivas do  Brasil  iniciar uma nova etapa do seu programa nuclear  se o ambiente político do país melhorar em 2016. Esta é uma das principais conclusões da reunião de avaliação anual e análise das perspectivas para o próximo ano da  ABDAN - Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares - realizada no Rio de Janeiro. A associação, que reúne as principais empresas brasileiras e estrangeiras do segmento, defende a participação majoritária da iniciativa privada na construção das novas quatro usinas previstas até 2030 e das oito, previstas até 2050.
A construção dessas novas usinas vão criar milhares de empregos e ajudar a acelerar a economia do país, a partir da definição dos sítios onde serão instaladas. Para isso, no entanto, será preciso uma ação política para aprovação da proposta de emenda à Constituição, permitindo que o setor privado possa projetar, financiar e construir com recursos próprios as próximas usinas, deixando a operação para a experiência dos profissionais da Eletronuclear.
Uma das preocupações do presidente da ABDAN, Antônio Muller,  é a perda da mão de obra qualificada brasileira para os mercados internacionais. Há um aquecimento de programas nucleares pelo mundo todo, o que acaba atraindo os nossos melhores quadros:
“– A decisão do Presidente Obama incentivar e apoiar a construção de novas usinas nucleares nos Estados Unidos mostra o quão importante está o setor nuclear no mundo. Há cerca de 70 novas usinas sendo construídas em vários países. Recentemente a nossa vizinha Argentina decidiu construir mais duas usinas, a Inglaterra, o Vietnã, o mundo inteiro. Esses projetos acabam atraindo nossos profissionais que estão envelhecendo e sem novas perspectivas por aqui. O país precisa tomar logo esta decisão. Grandes quadros estão se aposentando e haverá uma necessidade imensa de formação de mão de obra.”
Outro ponto que a ABDAN se preocupa é com a formação de uma cadeia de fornecedores para atender a demanda da construção das novas unidades:
“- Estive recentemente na França visitando uma feira especializada e pudemos ver que há empresas especializadas para todo segmento de materiais. Há muita demanda. A mesma coisa na Rússia, onde há também uma grande rede de empresas fornecedoras. A ABDAN se antecipou e fez uma parceria com empresas francesas que estarão prontas para fornecer ao nosso mercado, se instalarem por aqui ou promoverem joint ventures com brasileiros. Há outros grandes empresas como a Westinghouse, a Rosatom e a Areva que já estão se preparando para a nova demanda que nascerá, assim que as construções dessas novas usinas começarem. Muitas empresas se sentirão atraídas também.”
A indústria nuclear mundial terá uma importante participação na COP 21, em Paris. Para ela será um momento importante para mostrar ao mundo o quanto limpa é a energia nuclear. Haverá também um esforço de melhorar a comunicação com o público, levando informações mais claras sobre a operação das usinas em todo mundo.
“- Romper  o preconceito só com o conhecimento. E é isso que buscamos. Precisamos dizer ao mundo o quão seguras são as nossas usinas. Muita gente repete os erros que ouvem sem analisar, como riscos de explosão, rejeitos, sem sequer saber o que são esses rejeitos.  Essas mesmas pessoas se utilizam  da evolução nuclear no mundo, como a Tomografia ou Ressonância Magnética, e não se dão conta disso.  Para se ter uma ideia,  a radiotividade que vazou de Fukushiuma é a mesma radiotividade de 44 placas de Exit que existem, por exemplos, em aeroportos do mundo. Ou como acaba de ler num trabalho em que a radiotividade natural da Finlândia é mais alta do que a  radiotividade que vazou em Fukushima”.
 
Foto: arquivo Engenharia
PL5 Comunicação

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