Agência de Inovação da UFSCar licencia vidros bioativos desenvolvidos na universidade para empresa de cerâmicas de alta tecnologia

09/10/2015 - Agência de Inovação da UFSCar licencia vidros bioativos desenvolvidos na universidade para empresa de cerâmicas de alta tecnologia
 
Empresa objetiva disponibilizar o biovidro, que possui uma série de propriedades benéficas à qualidade de vida, trazendo diferentes soluções para a área da saúde e apresentando formas inexistentes e propriedades únicas
 
Com o objetivo de disponibilizar as tecnologias desenvolvidas na universidade para a sociedade, a Agência de Inovação da UFSCar firmou mais dois licenciamentos em setembro. Os contratos foram estabelecidos com a spin-off Vetra – Cerâmicas de Alta Tecnologia, originada por pesquisadores do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) interessados em criar tecnologias que combinem propriedades como biodegradabilidade, bioatividade, sustentabilidade e alta atividade bactericida.
De maneira geral, os vidros bioativos são utilizados para diversos fins nas áreas da saúde, como em procedimentos cirúrgicos médicos e odontológicos, por atuarem na regeneração óssea. Entretanto, estes materiais cristalizam durante o processamento, o que impede a obtenção de peças 3D, scaffolds porosos e fibras, restringindo seu uso clínico às formas de partículas e granulados. Pensando nisso, o grupo do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV) do DEMa desenvolveu os inventos Fibras e tecidos vítreos e Material bioativo e bioabsorvível.
O primeiro é uma composição vítrea que resultou num material com baixa tendência à cristalização e alta bioatividade, possibilitando obter fibras e tecidos para serem utilizados em problemas como úlceras na pele, queimaduras, lesões cutâneas, regeneração de ossos e fraturas. O segundo se trata do recobrimento de implantes metálicos médicos e odontológicos, que os torna “compatíveis” com o organismo, evitando rejeições e acelerando a integração com o osso. O processo também pode ser aplicado sobre implantes poliméricos e cerâmicos.
Para disponibilizar este tipo de material para a sociedade, a empresa Vetra foi fundada em 2014 pelos sócios Clever Ricardo Chinaglia, Marina Trevelin Souza e Murilo Camuri Crovace. Quando deram início às atividades de pesquisa no LaMaV, por volta de 2008, eles começaram a interagir tecnicamente, desenvolvendo produtos, ideias e aplicações. Através do interesse de empresas que buscam a academia por não possuírem estrutura para esse tipo de desenvolvimento, eles começaram a identificar uma demanda por novos biomateriais.
Segundo Clever Chinaglia, os pesquisadores perceberam que abrir a spin-off reuniria os resultados dos trabalhos que começaram na UFSCar, suprindo a ausência de uma empresa nesta área. “A gente resolveu montá-la com um modelo de negócio baseado em nossas experiências em fornecer produtos”. Isso porque as invenções do laboratório sempre se basearam na sua aplicação e no contato com empresas para detectar deficiências no setor. “É sempre necessário ter essa visão mais comercial da invenção”, apontou.
A maioria das invenções do LaMaV possui o diferencial de apresentar um produto novo nos mercados brasileiro e internacional. O objetivo da empresa é disponibilizar o biovidro, que possui uma série de propriedades benéficas à qualidade de vida, trazendo diferentes soluções para a área da saúde e apresentando formas inexistentes e propriedades únicas. Para Marina Souza, essa é a principal característica da Vetra. “O que a gente apresenta é um mundo de possibilidades aliadas a um material cuja produção respeita o meio ambiente – que acreditamos ser extremamente importante. Nossa vantagem competitiva é a inovação”, ressaltou.
Souza acredita que o Brasil é carente desse tipo de iniciativa. “Como spin-off percebemos que essa iniciativa é pouco estimulada em termos práticos e monetários. Acho que o Brasil poderia incentivar mais o desenvolvimento de novas ideias e iniciativas empreendedoras”. Por essa razão, Murilo Crovace reconhece que a parceria universidade-empresa é positiva e estima que ela perdure com a Vetra. “Em uma empresa grande, com um setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D) vultoso, além do alto custo, há o risco de lentidão no processo de inovação. É através da parceria com a universidade que irão surgir novas possibilidades e interações”, justificou.
Segundo os sócios, as tecnologias já atraíram o interesse de empresas nacionais e internacionais que atuam com aplicações médicas e odontológicas, além do ramo cosmético. Também há potencial de interesse de empresas de ortopedia e na área de construção civil, embalagens e medicina veterinária. O ideal é atrair empresas parceiras que ajudem a viabilizar a produção dos biovidros, de forma a estruturar o processo e intensificar o investimento e fornecimento do material para novas áreas.
 
Pesquisadores e sócios Clever, Murilo e Marina (Crédito: Tatiane Liberato)
Coordenadoria de Comunicação Social - Universidade Federal de São Carlos.

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