Estudo do CTC/PUC-Rio é contemplado pela ANEEL como prioritário para solução da crise energética no país

22/09/2015 - Estudo do CTC/PUC-Rio é contemplado pela ANEEL como prioritário para solução da crise energética no país
 
Apresentado no dia 10 de setembro, o projeto apontou desperdício anual de mais de 7 milhões de MWh no Brasil com a venda de motores industriais recondicionados
 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) organizou, no dia 10 de setembro, em Brasília, o workshop de lançamento do chamado Projeto Prioritário de Eficiência Energética. Destaque entre os palestrantes convidados, o Prof. Reinaldo Castro Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), apresentou estudo recente, feito em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e apoiado pela International Copper Association Brazil (ICA/Procobre), que comprova o desperdício de mais de 7 milhões de MWh por ano no Brasil, decorrente da comercialização de motores industriais recondicionados, e com baixo nível de eficiência, interferindo diretamente na gestão energética brasileira. O projeto coordenado por Souza apontou que a venda irregular destes motores, usados em prensas e máquinas operacionais, é responsável por uma perda de energia equivalente à produção anual da usina nuclear de Angra 2 ou da usina hidroelétrica de Porto Primavera.
Este projeto tinha por objetivo sensibilizar o poder público da importância da inibição deste mercado paralelo no Brasil e já havia sido apresentado por um dos membros da equipe do CTC/PUC-Rio, o professor e pesquisador Rodrigo Flora Calili, ao CGIEE - Comitê Gestor dos Indicadores de Eficiência Energética, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia. Em meio à crise e aos desafios recentes no consumo de energia do país, o projeto foi contemplado agora pela ANEEL como prioritário entre as soluções para o consumo consciente em setores da economia.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a indústria despende mais de 43% de toda a energia produzida em território nacional, sendo que 68% do consumo energético industrial é demandado por motores elétricos. Os números também foram levantados por Souza durante a palestra. De acordo com o professor, diante do atual cenário de crise energética, se houvesse fiscalização e cortes no desperdício, o país evitaria o uso de termelétricas a diesel, diminuindo a importação de combustível, além de evitar a queima deste produto.
O Projeto Prioritário tem como objetivo principal incentivar a substituição de motores elétricos antigos — consequentemente, pouco eficientes — por modelos mais modernos com rendimento mínimo definido. De acordo com os estudos, hoje há 1.837 estabelecimentos comerciais atuantes neste segmento no país que comercializam, em média, cada um, 83 motores recondicionados/mês, chegando a um total de cerca de 1 milhão e 830 mil vendidos ao ano.
“À primeira vista, com um preço mais barato, o consumidor parece estar fazendo um bom negócio, mas, na verdade, a maioria destes motores já está obsoleta devido a sua idade, apresentam vida útil muito curta e o mais grave: uma eficiência comprometida que representa um gasto de eletricidade excessivo, muito acima do consumo energético dos motores regulamentados pela Portaria Nº 488 do INMETRO”, revela Souza.
O professor encerrou sua apresentação com explicações sobre a proposta do Programa de Eficiência Energética (PEE) para a troca de motores antigos. A medida garante que os produtos ineficientes sejam retirados de circulação e não voltem a operar no mercado. Para as empresas que aderirem ao programa, seria definido um bônus em dinheiro que poderia variar de 30 a 40% sobre o valor do motor novo. A iniciativa do PEE busca simplificar o descarte de equipamentos usados, de forma que haja benefícios econômicos futuros no mercado energético brasileiro. “Além disso, com a troca de motores antigos por novos (mais eficientes) a indústria brasileira pode aumentar sua competitividade em meio à retração econômica esperada pelo setor industrial nos próximos dois anos”, declara Rodrigo Calili, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo do CTC/PUC-Rio.
 
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