Como será o ano de 2025?

cronica_03.jpg31/05/2012 - Como será o ano de 2025?

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Quando eu vivi na França, havia uma música que perguntava a crianças como seria o mundo, quando elas tivessem 20 anos, em 2001. Lembrei-me dela sem motivo, mas resolvi fazer um exercício de futurologia e imaginar o que aconteceria por volta de 2015, se passarmos por 2012. Quais seriam as novidades?
Harrison Ford estrelaria mais um filme da série Indiana Jones: Eu Sou a Relíquia. Sylvester Stallone emplacaria Rocky XXX: Porrada na Melhor Idade. Macaulay Culkin tentaria obter financiamento para uma nova versão de Esqueceram de Mim, mas, todos perguntariam: “quem?”. A saga Crepúsculo teria mais uma continuação: Obscurecer: Vampiros na Política, que fracassaria no Brasil, pois todos já conhecem a história... Lucélia Santos voltaria à telinha com O Retorno da Escrava Isaura, produzida e exibida só em Cuba. O Kid Abelha regravaria pela enésima vez as músicas de seu primeiro disco. Uma emissora de televisão promoveria um campeonato denominado “Salvadores da América”, em que só times com o nome de certa agremiação paulistana poderiam se inscrever... Maradona finalmente seria reconhecido como o “maior” ídolo da história do futebol, depois de fazer um implante ósseo de 50 centímetros em cada perna! São Paulo não teria mais congestionamentos: os congestionamentos é que teriam São Paulo! Os Estados Unidos inventariam mais uma ou duas guerrinhas, para “aquecerem” sua economia.

Nada disso é imprevisível, considerando o presente e o passado. No entanto, em vez de repetir, reformar, forçar ou fazer infinitas variações sobre o mesmo tema, no que poderíamos inovar e sobrepujar?

Seria possível voltar a ter músicas e intérpretes de qualidade na mídia, sem repetir o passado ou empurrar goela abaixo “ídolos” tão fabricados quanto descartáveis? Ou abolir programas sensacionalistas e “reality shows” na TV?

As pessoas teriam condições de educação, cultura, trabalho e saúde suficientes para não mais dependerem da “caridade” da mídia ou da “tosquia” de mistificadores? As elites entenderiam que a maior ameaça à sua segurança está na arrogância e desprezo com que alguns de seus “ícones” tratam os que não são seus “iguais”, mesmo quando travestidos de benemerentes? Apenas pessoas competentes e bem intencionadas seriam eleitas ou nomeadas para cargos públicos? As crianças seriam educadas sem preconceitos e fanatismos, em vez de perpetuarem medos, rancores e ódios seculares?

Bem... Não sei como será o mundo em 2025. Só sei que, hoje, estamos formando quem, lá, legará as consequências de nossos atos e omissões!
Se quisermos um futuro melhor para eles é preciso mudar para melhor já em 2012! E continuar em 2013, 2014, 2015...

A internet e a expressão
A Rede Mundial foi criada com objetivos militares: manter interligação entre sistemas de forma redundante, em relação aos meios de comunicação convencionais.
Não demorou muito para que o meio acadêmico, que ajudou a desenvolvê-la, também a utilizasse para pesquisas científicas. Então, num átimo, ela já estava nas ruas, mais especificamente nas redes de telefonia, pela pré-histórica conexão discada.
O povo caiu na rede! Estar “conectado”, aliás, passou a ser uma questão de cidadania!
Como toda ferramenta de comunicação, no entanto, ela também pode ser mal utilizada, contribuindo para alienar, desinformar, fanatizar... Uma faca corta o pão, mas também pode matar!
Nesse âmbito, ela não é diferente do rádio, da televisão, do jornal, pois tudo depende de como ela é utilizada por quem produz ou consome os materiais nela disponíveis.
A grande diferença da internet é que ela talvez seja o único meio verdadeiramente democrático, na medida em que você pode divulgar ideias e compartilhar informações de forma direta, com baixo custo. A Rede Mundial – com suas interconexões planetárias, mecanismos de busca e tradutores on line cada vez mais sofisticados – permite que um vídeo caseiro ou texto pessoal alcancem milhões de acessos em poucos dias, transformando anônimos em celebridades.
Não é à toa que governos e grandes corporações monitoram ou restringem o acesso a redes de relacionamento, pois delas saíram vários dos movimentos populares atuais. Também não é por acaso que muito “lixo” intencional nela é depositado.
O curioso é que, até bem pouco tempo, as pessoas buscavam o “mundo virtual” como fuga do real, para ter uma segunda vida. Agora, muitos buscam a internet para transformar a realidade, trocando a alienação onírica pelo protagonismo histórico.
Informação quase infinita! Opiniões de todo tipo!
Só que nem toda informação ou autor são confiáveis ou legítimos, e a possibilidade de libertação das convenções morais e religiosas, e da timidez, propiciada pela “proteção” da distância física pode transformar riscos virtuais em tragédias reais.
O uso da Rede Mundial, portanto, envolve maturidade e discernimento.

Como ficam os jovens nesse contexto? Eles, que já “nascem” conectados na internet, como minha geração nasceu ligada na televisão?

Eles são mais interativos. Mas nem sempre têm noção de limites e consequências.

Então, como orientar sem doutrinar? Como deixar expressar sem reprimir? Como evitar que o mundo virtual se transforme num refúgio, num vício, num mergulho às vezes sem volta no vazio? Afinal, no mundo real, como no virtual, é muito fácil se perder em labirintos.

Cabe aos pais e educadores terem consciência de que é preciso conhecer esses caminhos, para ajudar a moldar o caráter de quem irá trilhá-los.

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