O desafio das obras nos aeroportos brasileiros

24/01/2014 - O desafio das obras nos aeroportos brasileiros

aeroporto_internacional_cruzeiro.jpgCom a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, um grande número de aeroportos está em reforma, principalmente nas cidades sede dos jogos. O que a população e os turistas devem esperar dessas mudanças?
Entre os muitos desafios que o Brasil enfrenta atualmente para preparar o país para os grandes eventos esportivos dos próximos anos estão a reforma e ampliação de diversos aeroportos. Há algum tempo esses espaços estão enfrentando dificuldade de atender com qualidade ao aumento do número de passageiros. Com uma maior quantidade de turistas prestes a chegar ao país, o que esperar das reformas que estão em andamento?
O arquiteto Ricardo Alberti, sócio do escritório CASACINCO, de Curitiba, aponta a necessidade de intervenções em três escalas de arquitetura e urbanismo. A primeira delas é no próprio edifício dos aeroportos, que precisam se adequar com mais espaço de serviços de espera, sobretudo confortáveis para variados grupos de usuários, como crianças, idosos e portadores de deficiências. "Muitos terminais encontram-se com suas salas de embarque sub-dimensionadas, que em horários de pico tornam-se em um verdadeiro pesadelo para o usuário, sem, muitas vezes, oferecer um espaço adequado para se tomar um café ou comprar um jornal", enfatiza.
A informatização já é uma facilidade inquestionável. De acordo com Alberti, o auto-atendimento para compra de bilhetes ou check-in deve ser fomentado pelas operadoras, cabendo ao planejamento arquitetônico maximizar os espaços para essas atividades em detrimento de espaços para formação de filas em balcões. Tudo isso organizado em um sistema que priorize a orientação e acessibilidade do usuário no espaço. "Um edifício público como um aeroporto deve ser facilmente percorrido e os espaços dedicados às atividades do usuário devem ser facilmente encontrados", explica o arquiteto.
A segunda escala de intervenções diz respeito ao dimensionamento de pátios e pistas de aeronaves. O maior número de voos demanda o aumento de área de pátios e, por vezes, a necessidade da construção de novas pistas. O acesso e saída de passageiros nas aeronaves também deve ser facilitado, diminuindo o tempo de embarque ou desembarque, visando a liberação mais rápida do pátio para a ocupação de outras aeronaves.
Entretanto, de nada vale um terminal com excelente dimensionamento interno, acessível ou orientável, se há problemas de estrutura urbana que impeçam que o passageiro chegue no horário de seu voo. A terceira escala de intervenções compreende a cidade. "Vale salientar a necessidade de reforço na infra-estrutura viária urbana de modo que acomode os novos fluxos de chegada e saída do terminal aeroportuário", diz Alberti.
 
RESULTADO
Ao término das reformas e ampliações que estão em andamento, o que os usuários devem esperar? "Dinheiro público está em jogo, ainda que a privatização esteja cada vez mais presente. A população contribuinte deve exigir por padrões de qualidade nas obras públicas. Infelizmente nem sempre o edital de um projeto público tem essa prerrogativa como fato fundante", alerta o profissional. Segundo Alberti, o usuário deve ter a ciência de que a arquitetura deve contribuir para a melhoria do espaço, para que os serviços do transporte aéreo sejam executados.
 
SUSTENTABILIDADE
Por questão de segurança e por atender uma grande quantidade de público, projetar, reformar e aumentar um aeroporto demanda o cumprimento de muitas exigências. Mas mesmo assim é possível incorporar ao projeto conceitos de sustentabilidade, como explica Alberti. O escritório CASACINCO foi o responsável pelo projeto do Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul, no Acre. "Buscamos uma forma para o edifício que remete a uma arquitetura da selva. O formato da oca indígena é bastante interessante e não é casual. Ela permite um escoamento de água mais rápido, minimiza o uso de grandes planos envidraçados, além de se beneficiar de uma iluminação zenital (luz natural), conferindo luz indireta para os espaços interiores".

CASACINCO
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