Qualidade do concreto será debate em seminário de fundação
17/03/2015 - Qualidade do concreto será debate em seminário de fundação
Especificações de concretos para hélice contínua e parede diafragma não são seguidas. Especialistas discutirão o assunto em mesa redonda no SEFE 8
Hoje, as empresas que fazem obras de fundação enfrentam problemas como falta resistência no concreto, grandes exsudações, falta de trabalhabilidade e alterações no tempo de início de pega do concreto, às vezes causando entupimentos, dificuldade no lançamento ou demora no início do endurecimento do concreto.
Para discutir esses assuntos e propor soluções, será realizada a mesa redonda “Gestão, especificação, aplicação e controle do concreto em obras de fundação”, no dia 23 de junho, durante o SEFE 8 – 8º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia. Os participantes vão entender, por exemplo, que o uso de areia industrial com pequenas variações é um dos fatores preocupantes na qualidade dos concretos utilizados em obras de fundação.
“Mas as especificações existentes para os concretos de hélice contínua e parede diafragma ainda não são seguidas por algumas empresas de fundação”, destaca Arcindo Vaquero y Mayor, um dos palestrantes da mesa e presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem). Ele se refere à parceria feita entre a ABESC, a ABEF (Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia) e a ABEG (Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica), que resultou na especificação do concreto para hélice contínua e parede diafragma, que atualmente está sendo aperfeiçoada.
“É lamentável que os usuários de concreto não utilizem essas especificações, por isso os especialistas do setor devem se empenhar para difundir esse trabalho no Brasil inteiro. O SEFE 8 será importante para disseminar esse conhecimento e mostrar sua importância para as obras”, diz ele.
Atualmente, a ABESC desenvolve um trabalho de melhoria de qualidade do concreto para considerar, entre outros aspectos, questões de resistência à compressão, durabilidade e temas específicos como exsudação. Essas especificações vão melhorar ainda mais com a ajuda da ABEG e da ABEF.
Concreto inadequado acarreta consequências
De acordo com o presidente da mesa, José Luiz de Paula Eduardo, da Apoio Assessoria e Projeto de Fundações, quando o concreto empregado numa obra está fora das especificações, os resultados negativos podem aparecer de imediato, por exemplo, com o entupimento dos tubos de lançamento e a perda da peça concretada, ou mesmo com o recebimento dos resultados de resistência baixos para o concreto.
“Isso implica em atraso nas obras e na necessidade de verificações e reforços. Há casos, por exemplo, onde a peça concretada não apresenta concreto de boa qualidade na cota de arrasamento, ou as paredes de contenção podem perder a capacidade de serem impermeáveis, aumentando a umidade em subsolos”, alerta José Luiz.
As repercussões se estendem ao longo do tempo. Esses problemas seriam resolvidos com o uso das especificações, por isso é importante que elas sejam implementadas em todo o Brasil por meio de maior de divulgação junto às empresas envolvidas.
“Entendemos que, embora as normas atuais já permitam a produção de um concreto satisfatório, novas especificações em estudo podem produzir resultados ainda melhores, tanto para o executor como para o contratante das fundações. Os problemas devem ser colocados em pauta no SEFE 8. Só uma ampla conscientização da existência dos problemas nas várias regiões do Brasil trará adesão maciça das empresas envolvidas às especificações que defendemos”, finaliza José Luiz.
A mesa será composta também pelos palestrantes Antonio Carlos Zorzi, da Cyrela Empreendimentos Imobiliários; Clóvis Salioni Junior, da Geosonda Serviços de Engenharia e presidente da ABEF; Luiz de Brito Prado Vieira, da Votorantim Cimentos; e Giovanni Palermo.
O maior evento de fundações do Hemisfério Sul
O SEFE 8 – 8º Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia e 2ª Feira da Indústria de Fundações e Geotecnia acontecerá de 23 a 25 de junho de 2015, nos pavilhões D e E do Transamérica Expo Center, em São Paulo.
O evento é uma realização da ABEF – Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia, em parceria com o Sindicato das Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia – SINABEF, a ABMS – Associação Brasileira de Mecânica de Solos e Engenharia Geotécnica, a ABEG – Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica e o DFI – Deep Foundations Institute.
Nessa oitava edição, contará, novamente, com a presença de renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, que ministrarão palestras sobre o tema de engenharia de fundações e geotecnia, apresentando técnicas inovadoras, pesquisas acadêmicas, experiências e casos reais de obras.
Em paralelo ao SEFE 8, será realizada a 2ª Feira da Indústria de Fundações e Geotecnia, que nesta edição terá quase 100% de crescimento sobre a edição de 2012. A feira ocupará um espaço de 9.696 m2, conferindo ao evento o status de maior encontro geotécnico do Hemisfério Sul e um dos mais importantes do mundo. www.sefe8.com.br
Data: 23 a 25 de junho de 2015
Local: Transamérica Expo Center, Pavilhões D e E
Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro, São Paulo
Foto: divulgação
Timepress Comunicação Empresarial
