Infraestrutura é item fundamental nas manifestações de cobrança

25/06/2014 - Infraestrutura é item fundamental nas manifestações de cobrança
 
Por João Leopoldino Neto*
 
A economia brasileira continua estagnada. Também o PIB. Todas as projeções, do Banco Central e de outras instituições, indicam números negativos. Vozes de trabalhadores e da sociedade civil se aliam às das classes produtoras em postulações semelhantes e até inéditas diante dos mesmos acordes. O Brasil precisa sair da letargia. O caminho é um só: vontade política, determinação e fortes investimentos em infraestrutura. Este é o único remédio capaz de revitalizar e economia e fazer o País retomar a rota do almejado progresso.
As maiores travas, na visão dos empresários que atuam no setor, são a falta de confiança no governo, habituado em mudar as regras do jogo, de forma unilateral, no meio da partida, e a crônica burocracia, que dificulta os empreendimentos.
Para Marcelo Odebrecht, presidente do Grupo Odebrecht, o principal problema está nas garantias do investidor, fundamentais para mitigar os riscos da construção e também os políticos, no caso do projeto ser abandonado em função  de mudança de governo, o que é bastante comum no Brasil. Na visão do empreendedor, é preciso dar confiança ao investidor de longo prazo de que seu investimento terá retorno.
A insegurança jurídica, decorrente de vários atores, principalmente da ausência de marcos regulatórios e, ainda, da lentidão da Justiça, quando há créditos a receber, também preocupa os investidores, além de afastá-los. Afinal, a quebra de um contrato entre iniciativa privada e governo significa diversas outras quebras, entre o contratado para executar obras e serviços e seus fornecedores, além da demissão de trabalhadores emvirtude da paralisação dos trabalhos.
Outra questão preocupante diz respeito à burocracia. O sistema oficial de operação com o setor privado é tortuoso, complexo e incompatível com os recursos tecnológicos atuais. Os responsáveis por empreender alterações fundamentais nesse universo, ocupantes dos cargos há longo tempo, tem aversão a tudo que signifique maior dinamismo e velocidade. A burocracia medieval vence em todas as instâncias.
A verdade é que não há como negar a necessidade de inversões de recursos em infraestrutura, fundamental ao escoamento da produção agroindustrial, apenas para citar um dois segmentos que dependem de logística e mobilidade, em um país continental. Sem infraestrutura adequada, os fretes aumentam, encarecem os produtos, além dos riscos de graves acidentes nas precárias estradas.
Exceção de São Paulo, que investe forte em infraestrutura, com as melhores estradas do País, a Nação, como um todo, continua inerte, sem que se vislumbre propostas adequadas a vencer esse desafio. Assim, é dever de todos que começam a se aglutinar em busca de direitos e de cobranças, inserir em suas postulações mais este desafio, tão importante para a Nação quanto outros  mais citados.
 
*João Lepoldino Neto é engenheiro primeiro vice-presidente do SINICESP Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo
 
Comunicação Sinicesp

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