10 erros comuns ao testar eletricidade

03/06/2014 - 10 erros comuns ao testar eletricidade
 
Por René Guiraldo*
 
Profissionais que trabalham com eletricidade rapidamente desenvolvem um respeito saudável por qualquer coisa que tenha uma possibilidade remota de estar "viva". Entretanto, a pressão para terminar o trabalho dentro do prazo ou fazer com que um equipamento de missão crítica volte à atividade pode provocar descuidos e erros incomuns até mesmo nos eletricistas mais experientes. É preciso estar atento para garantir e maximizar a segurança nas medições elétricas e assim otimizar o desempenho dentro do ambiente de trabalho.
Ao executar uma medição elétrica é fundamental que o eletricista não troque o fusível original por um mais barato. Se o multímetro digital cumpre com os padrões atuais de segurança, esse dispositivo é um fusível especial de areia, projetado para estourar antes que a sobrecarga chegue às mãos do profissional. Ao trocar o fusível do Multímetro é necessário certificar-se de usar um fusível autorizado.
Outro erro comum no teste de eletricidade é usar um pedaço de fio ou metal para "desviar" totalmente do fusível. Isso pode parecer um bom e rápido reparo para situações em que não há um fusível extra, mas é exatamente esse fusível que pode proteger o profissional de um pico de energia.
Para garantir uma medição segura, também é necessária a utilização de uma ferramenta de teste adequada. É importante que o Multímetro seja apropriado para o trabalho a ser feito. O ideal é assegurar-se de que o equipamento de teste tenha a classificação correta de categoria para cada trabalho que o eletricista desempenha, mesmo que isso exija a troca de Multímetros ao longo do dia.
Escolher o Multímetro mais barato é um fato comum no teste elétrico, afinal, o dispositivo pode ser utilizado depois. Porém, caso ocorra um acidente , é sinal de que a ferramenta barata não tinha os recursos de segurança que afirmava ter. Desta forma, o melhor a se fazer é procurar testes de laboratórios independentes.
Equipamentos de segurança como óculos, luvas e a vestimenta à prova de fogo são indispensáveis para que o eletricista esteja sempre protegido. Além disso, o circuito no qual o profissional está executando seu trabalho deve ser desenergizado sempre que possível. Caso a situação exija que o trabalho seja desempenhado em um circuito vivo, é essencial que o profissional utilize ferramentas com isolamento adequado, tire relógio e joias e permaneça sobre um tapete isolado.
Para uma medição sem riscos não se pode abrir mão de utilizar procedimentos adequados de lockout (bloqueio)/tagout (colocação de avisos). Ao trabalhar com circuitos vivos, um velho truque dos eletricistas pode ajudar e muito: ficar com uma das mãos no bolso. Isso diminui a possibilidade de fechar um circuito ao longo do tórax, passando pelo coração. O ideal é pendurar ou apoiar o medidor, evitando segurá-lo nas mãos para impedir a exposição aos efeitos dos transientes.
As pontas de prova são um componente importante da segurança do Multímetro, portanto, menosprezá-las é inadmissível. As pontas de prova devem corresponder ao nível de categoria do trabalho, além de isolamento duplo, conectores de entrada reforçados, proteção para os dedos e superfície que não escorrega.
Não utilize indefinidamente uma ferramenta de teste antiga. As ferramentas de teste atuais contêm recursos de segurança que antes eram desconhecidos e que justificam o custo da atualização do equipamento, além de serem muito mais baratos do que uma ida ao pronto-socorro.
Merece ser ressaltado que nenhuma ferramenta, por maior qualidade e número de certificações que tenha, faz o trabalho sozinha. Cabe ao usuário, aprender os regulamentos e padrões de segurança e usá-los com eficiência no trabalho. Afinal de contas, é a segurança dele, principalmente, que está em jogo.
* René Guiraldo, Gerente Nacional de Vendas da Fluke do Brasil. Formado em Engenharia Elétrica em 2002 pela FEI, com especialização em Telecomunicações pela Unicamp em 2004. Experiência de treze anos no mercado de Teste e Medição atuando em empresas multinacionais da área como gerente de contas e gerente de distribuição.
 
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