Baumgartner passa em teste na zona da morte

baumgartnerBaumgartner passa em teste na zona da morte
 
O austríaco Felix Baumgartner saltou de uma cápsula
espacial de uma altitude de 21.800 metros, na etapa do projeto Red Bull Stratos que passou para os voos tripulados, no Novo México. O atleta de 41 anos pilotou a cápsula acoplada a um balão de hélio gigante, que o permitiu ultrapassar os limites da chamada “Linha de Armstrong”

 


ROSWELL (Novo México) – Precisamente às 9h50 do dia 16 de março Felix Baumgartner aterrissou em seu traje espacial no deserto do Novo México, a 40 Km de Roswell, completando em segurança uma jornada em direção aos limites do espaço com um paraquedas.
Apenas 1h40 antes, o atleta radical da Áustria tinha levantado voo de Roswell a bordo de uma cápsula espacial acoplada a um balão de hélio que o levaram a uma altitude de 21.800 metros.
O objetivo desta expedição até os limites do espaço sideral era passar da chamada “Linha de Armstrong” e realizar um teste pela primeira vez em condições reais. Esta é a área no espaço onde as fronteiras e leis terrestres desaparecem. Trata-se de um ambiente inóspito para humanos, onde líquidos começam a evaporar e as temperaturas descendem a -60º Celsius. Homens não poderiam sobreviver nesta zona sem a proteção de trajes especiais contra as forças da despressurização e a falta de oxigênio. Para chegar lá, Baumgartner teve que passar por outra zona da morte, próxima à Terra. Durante os primeiros 300 m de subida, não haveria possibilidade de escapar de um acidente porque não seria possível sair da cápsula nem abrir o paraquedas a tempo. Por esta razão o silêncio solene prevaleceu no controle da missão, durante estes momentos críticos.
O embarque e saída da cápsula saíram conforme o planejado. Com uma velocidade de quase 600Km/h, Baumgartner subiu durante oito minutos. Para o atleta, o mais duro foi aguentar o frio: “Eu quase não podia mexer as mãos. Precisamos melhorar este ponto”. O austríaco também teve que se acostumar às dimensões pouco usuais do salto: “Depois de algum tempo, eu quis abrir o paraquedas, mas me dei conta de que ainda estava em 50 mil pés.”
Ainda que tenha sido apenas um teste para o seu futuro salto de uma altitude de 37 Km, Baumgartner ainda conseguiu bater um recorde. Ele se tornou a 3ª pessoa a saltar de tal altitude e sobreviver. Os únicos humanos a saltar de altitudes maiores foram o russo Jevgeny Andreev e o americano Joseph Kittinger, ambos tendo logrado seus feitos nos anos 1960. Kittinger, uma lenda viva de 83 anos, atua como consultor do projeto Red Bull Stratos e dirigiu o voo-teste de Baumgartner do Controle da Missão em Roswell. Kittinger faz parte de uma equipe de quase 100 especialistas recrutados dos campos da ciência, medicina, espaço e aeroespaço para a missão. O diretor técnico Art Thompson participou da construção do bombardeiro invisível por radar e o Dr. Jon Clark foi médico de tripulação de seis voos espaciais.
O teste de quinta-feira demonstrou que o sistema da cápsula funcionou conforme o esperado, assim como o balão, fato confirmado pelo especialista em balões, Ed Coca. O delicado gigante, inflado durante a noite anterior ao voo com 14 mil metros cúbicos de hélio altamente explosivo, consumiu-se como planejado, a uma altitude de 30 Km. A cápsula espacial em que estava Baumgartner se soltou do balão pouco antes de que o balão explodisse com a ajuda de um explosivo. Pouco depois a cápsula aterrissava em perfeito estado no deserto.
“Foi a motivação perfeita para a equipe preparar os próximos passos”, alegrou-se Baumgartner, que teve dois voos cancelados esta semana. Nas próximas semanas o deserto do Novo México terá muito vento, de forma que subidas de balões serão impossíveis. Após estes dias, haverá um salto de teste a 27 mil metros, e apenas mais tarde se realizará o salto para bater todos os recordes.

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