Um dos maiores projetos de fibra subaquática do mundo está sendo realizado no Amazonas

fibras_aquaticas.pngUm dos maiores projetos de fibra subaquática do mundo está sendo realizado no Amazonas

Mais de sete mil quilômetros de cabos conectarão 52 municípios e mais de quatro milhões de pessoas; rede será instalada no leito de cinco rios do estado. Segundo um estudo realizado pela eMarketer, empresa especializada em pesquisas envolvendo o mercado digital, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial em número de usuários acessando a internet. São mais de 107 milhões de pessoas conectadas em todo o país.

E, se depender do Ministério da Defesa, do Exército Brasileiro e da Nexans, especialista global em cabos e sistemas de cabeamento, o número de acessos crescerá ainda mais e alcançará os locais mais isolados da Floresta Amazônica. Os órgãos públicos são responsáveis pela execução do Programa Amazônia Conectada, projeto que expandirá a estrutura de telecomunicações para comunidades indígenas e ribeirinhas do Amazonas. Já a Nexans, foi escolhida como fornecedor de cabos especiais para um dos trechos do projeto. Os cabos foram produzidos na planta da empresa na Noruega, considerando as especificidades da região amazônica como local de instalação.

O Programa Amazônia Conectada conectará, por meio de 7.700 quilômetros de fibras subaquáticas, 52 munícipios e mais de quatro milhões de pessoas. Os 275 quilômetros de cabos fornecidos pela Nexans a serem instalados nos leitos dos rios no trecho de Coari a Tefé, fazem parte da primeira fase do projeto, que já pode ser considerado um dos maiores de fibra aquática do mundo. A definição do tipo de instalação, no caso, subaquática, se deve à infraestrutura local, já que não há postes instalados na região, e os rios são as vias que interligam as localidades. As redes seguirão em cinco rotas, uma pelo rio Solimões, outra pelo rio Negro até São Gabriel da Cachoeira/AM. Uma terceira rota seguirá pelo rio Madeira até Humaitá e outras duas serão entroncamentos do Solimões pelos rios Juruá e Purus.

De acordo com Ragnar Vogt, Diretor da Nexans Noruega, o programa levará muito mais que acesso à internet; proporcionará desenvolvimento e investimento em novas tecnologias. "O Programa Amazônia Conectada é um retrato claro de que é possível crescer com sustentabilidade. A internet ampliará o acesso à comunicação, permitindo mais segurança à região, além de disponibilizar atendimento por meio de telesaúde e telemedicina e proporcionar benefícios fundamentais para o aperfeiçoamento da educação local, como o ensino à distância".

Desafios subaquáticos
Para o desenvolvimento do programa, o principal questionamento é: qual será o impacto ambiental nos rios amazonenses? Vogt comenta que os cabos são desenvolvidos com tecnologia especial para não desgastar ou gerar resíduos prejudiciais ao sistema hidroviário local. "O projeto demandou o desenvolvimento de um produto exclusivo e adaptado para instalação na região. Além disso, foi identificado que, dependendo da época, as correntes de água ficam mais fortes que o comum, o que poderia causar movimentação indevida do cabeamento. Para isso, foi calculado exatamente o tipo de embarcação que deve ser usado para instalação, bem como seu posicionamento para termos assertividade na instalação. Foi constatado também que há muitas regiões rasas nos rios, o que ocasionará o uso de um ou cinco barcos apoiadores para aplicação das fibras", relata.

Outra questão é a manutenção dos cabos. O especialista explica que, em caso de rompimentos, já existem equipes qualificadas para reparos utilizando ferramentas especiais para o trabalho, que deve ser feito com precisão. "É um grande avanço para a região. Por isso, nossa equipe de engenheiros se preocupou em desenvolver um produto que possui baixo impacto ambiental, manutenção baixa e com tecnologia de ponta", finaliza.

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