Tecnologia da Omega favorece recuperação do Vale do Rio Doce
Tragédia ambiental em Mariana-MG aumenta desafio do Instituto Terra. A tecnologia da Omega Engineering já contribui com o Programa Olhos D´Água, do Instituto Terra, para recuperação das nascentes do Vale do Rio Doce. Parceira da ONG desde antes da tragédia de Mariana-MG, a Omega disponibilizou uma série de equipamentos em setembro do ano passado com objetivo de apoiar o reconhecido trabalho ambiental do Instituto Terra.
Desde 2010, o Programa Olhos D´Água já recuperou cerca de 1,2 mil nascentes na região por meio do reflorestamento com vegetação nativa do Vale do Rio Doce, que hoje tem mais de 3,8 milhões de habitantes em Minas Gerais e Espírito Santo.
Os dispositivos da Omega Engineering ajudam a equipe do Instituto Terra a avaliar a água (turbidez e vazão), das sementes (peso) e do solo (umidade e condutividade), bem como para automatizar a irrigação do viveiro de mudas.
“Com isso, podemos ter mais sucesso na produção de mudas, no reflorestamento e na recuperação das nascentes, bem como para acompanhar a qualidade da água”, explica a bióloga e assistente de Meio Ambiente do Instituto Terra, Elisangela Ferreira da Silva.
Segundo ela, o reflorestamento começa por espécies chamadas pioneiras (ingá ou aroeira, por exemplo), que têm um desenvolvimento mais rápido e preparam o ambiente para outros tipos de plantas.
Em seguida, mudas de espécies secundárias (como jatobá, por exemplo) podem ser plantadas, pois encontram condições mais favoráveis para desenvolvimento.
“Assim é realizado o enriquecimento ambiental da área e o adensamento da fauna. A partir daí, as plantas favorecem a retenção de água no solo, que termina por recuperar nascentes e atrair também a fauna”, completa.
Ajude o Vale do Rio Doce
A tragédia ambiental em Mariana-MG impactou enormemente na natureza e na população do Vale do Rio Doce. Recuperar esta região é o desafio do Instituto Terra desde 2010 e, com o ocorrido, todos os esforços são ainda mais importantes e necessários.
Os profundos danos ambientais e sociais podem levar anos para serem superados, mas o caminho começa com a recuperação da mata nativa e das nascentes em todo o Vale do Rio Doce.
“O Programa Olhos D´Água visa recuperar todas as 375 mil nascentes do Vale nos próximos 20 anos. Temos parceiros como produtores rurais, empresas como a Omega Engineering e órgãos públicos, mas esperamos que as pessoas se mobilizem mais depois da tragédia”, opina o Supervisor de Meio Ambiente, Jaeder.
Segundo ele, a tragédia ambiental, além das mortes de espécies e seres humanos, afetou drasticamente a cadeia alimentar em 690 Km do total de 810 Km do Rio Doce.
“A lama bloqueou o sol e matou o fitoplâncton que é base cadeia alimentar, além de haver afetado a pesca, o abastecimento, a agricultura e o turismo e assim por diante, até chegar ao mar”, enumera.
Se você quer ajudar o Vale do Rio Doce, os caminhos são procurar o Instituto Terra ou divulgar a importância da criação do fundo para recuperação da área.
Sobre o Instituto Terra - Fundado em 1998 por Lélia Deluiz Wanick e Sebastião Salgado, o Instituto Terra é uma associação civil, sem fins lucrativos, que promove a recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce há 17 anos.
Atua por meio da restauração ecossistêmica, produção de mudas nativas, extensão ambiental, pesquisa científica aplicada e educação ambiental, em municípios de Minas Gerais e Espírito Santo. Sua sede se localiza na Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), área reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
O título conserva seu ineditismo por se tratar da primeira RPPN criada em uma área degradada, com o compromisso de vir a ser recuperada. Ao todo, desde sua fundação, o Instituto Terra já contabiliza 7,5 mil hectares de Mata Atlântica em processo de recuperação no Vale do Rio Doce e a produção de mais de 4 milhões de mudas nativas.
E mais que plantar árvores e recuperar fontes de água, desde o início os fundadores se mobilizaram para tornar o Instituto Terra em um polo irradiador de uma nova consciência ambiental, baseada na recuperação e conservação florestal, aumento da produção agrícola e melhoria da qualidade vida no meio rural.
Até o momento, mais de 700 projetos educacionais já foram desenvolvidos para um público superior a 72 mil pessoas, de 176 municípios do Vale do Rio Doce. Mais informações no site www.institutoterra.org.
Foto: divulgação
Dados Comunicação