18/06/2014 - Política de conteúdo local deve ser de incentivo, não protecionista, avalia executivo da Petrobras em conferência na Rússia
 
Congresso em Moscou teve apresentações de assessor da presidente e de gerente executiva da Petrobras
 
O assessor da presidente da Petrobras para conteúdo local e coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo Sergio Rodrigues Alonso, presidiu, nesta segunda-feira (16/06), o fórum “Ensuring the security of supply of equipment, materials and local content infrastructure” (Garantindo a segurança do fornecimento de equipamentos, materiais e infraestrutura de conteúdo local), no World Petroleum Congress (WPC), que acontece em Moscou. Na abertura, Paulo Alonso traçou um panorama das políticas de conteúdo local no mundo e lembrou que o assunto tem ganhado relevância global nos últimos dez anos. Ele ressaltou, no entanto, que essas políticas não devem ser protecionistas, mas de incentivo.
“Não há dúvida de que o objetivo principal de uma política de conteúdo local eficaz é promover a participação da indústria nacional nos projetos de petróleo e gás em base sustentável e competitiva. Políticas governamentais devem ser encorajadoras, não de proteção”, defendeu Alonso. Ele ressaltou que o poder de compra de uma grande companhia nacional de petróleo, a exemplo da Petrobras, é um poderoso instrumento para o desenvolvimento local, de fabricantes e de prestadores de serviços. O executivo disse que instituições de ensino também têm papel essencial, especialmente em países onde a falta de pessoas qualificadas pode ser um problema. “Um plano amplo deve ser concebido para criar uma massa crítica de engenheiros, administradores e técnicos para alimentar a indústria de petróleo e gás em uma base sustentável”, disse. Ele citou como exemplo o Prominp, que desde 2006 qualificou mais de 95 mil pessoas no Brasil, a exemplo de soldadores, mecânicos, eletricistas, administradores, técnicos de automação e controle e engenheiros para trabalhar na indústria do petróleo.
A gerente executiva da Petrobras para a área de Libra, Anelise Lara, também participou ontem da sessão especial “The next wave of upstream innovation” (A próxima onda de inovação na exploração e produção de petróleo). A sessão teve como principal objetivo discutir as inovações tecnológicas recentes e futuras a fim de explorar e produzir petróleo e gás natural em fronteiras cada vez mais desafiadoras. Ela usou como exemplo o caso do pré-sal brasileiro para falar de inovação no segmento upstream. Ressaltou que as tecnologias usadas desde o imageamento dos reservatórios até a concepção das unidades de produção foram fundamentais para o sucesso dos projetos. Este conjunto de inovações contribuiu para elevar em 10 vezes a produção nos últimos quatro anos e para redução dos custos dos projetos: “Tivemos grande redução de custos na perfuração e completação dos poços, por exemplo. E esse é um grande ganho, porque a área de poços recebe quase 50% do investimento total dos projetos. Se compararmos com o início da fase exploratória, conseguimos reduzir entre 40% e 50% o tempo de perfuração e completação no pré-sal”.
A executiva falou também de sistemas de ponta que estão sendo utilizados no Brasil, a exemplo do  processo WAG (Injeção Alternada de Água e Gás) que está em fase piloto no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. “É um importante método de recuperação de petróleo”, analisou. “Não queríamos ventilar o CO2 na atmosfera; havia o compromisso de reinjetá-lo no reservatório. Os resultados até agora são muito promissores e achamos.
Na manhã de domingo (15/6), a gerente geral da área de Geologia Aplicada à Exploração da Petrobras, Sylvia Anjos, apresentou a palestra “Women in the petroleum industry. A view from Petrobras – Brazil” (Mulheres na indústria do petróleo. Uma visão da Petrobras - Brasil). Ela mostrou a evolução do número de geocientistas ao longo da história da Petrobras - que hoje chega a aproximadamente de 2 mil profissionais - e do crescente percentual de mulheres ao longo desse período, inclusive em cargos gerenciais. Além disso, frisou que o processo de admissão na Petrobras é por concurso público, o que não dá margem à discriminação ou a diferenças salariais por gênero. Por fim, Anjos destacou que o maior cargo da empresa é atualmente ocupado por uma mulher, Maria das Graças Silva Foster.

Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional da Petrobras.