18/07/2013 - Wood Frame recebe concessão da Caixa Econômica Federal visando o estímulo a novas tecnologias
Rede iVerde abre mais oportunidades de moradias sustentáveis para população de baixa renda
Após comprovar desempenho em diversos testes e procedimentos apresentados à Caixa Econômica Federal, a tecnologia Wood frame obteve a concessão de viabilidade prévia para o sistema construtivo e a consequente liberação para financiamento aprovada. O projeto piloto acompanhado pela Caixa foi o Residencial Haragano viabilizado pela Rede Iverde em Pelotas (RS), que utilizou recursos da Faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal e obteve ótima avaliação do seu processo.
“O sistema construtivo tipo Wood Frame, por envolver uma série de componentes e elementos pré-fabricados com alto valor agregado, controle de qualidade do processo de produção e excelente acabamento, exige uma nova postura da construtora no canteiro de obra. Tivemos a oportunidade de acompanhar a evolução constante ao longo de toda a obra, do processo de gestão da produção na fábrica, da montagem no canteiro da obra e do controle da qualidade dos serviços executados, que certamente serão incorporados nos próximos empreendimentos tendo como resultado o aumento da produtividade”, declara Everton Eltz, arquiteto da CAIXA que atua na análise e acompanhamento de Propostas de Financiamento de Empreendimentos com Sistemas Construtivos Inovadores.
O Residencial Haragano que será entregue em poucos meses possui 260 casas no estilo sobrado de 45m² e outras 20 casas térreas com projeto de acessibilidade. Todo o processo de construção foi entregue para acabamento em março deste ano, ou seja, as casas foram construídas em seis meses. “Ressaltamos ainda o custo competitivo, a redução do prazo da obra e o bom acabamento das paredes internas proporcionado pelas placas de gesso acartonado”.
A qualidade de todo o processo é garantida pela Rede iVerde, empresa fundada pela Tecverde no final de 2012, que em seu sistema de negócio premiado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) visa o licenciamento da tecnologia para outras construtoras, com acompanhamento integral da obra por especialistas iVerde. Recentemente a Rede fechou parceria com o Governo do estado do Paraná para construção de moradias em parceria com construtoras do estado.
Segundo José Márcio Fernandes, diretor da Rede iVerde, este é um momento de estabelecer novas parcerias: “Estamos buscando construtoras que atuem de forma sólida nos programas de habitação e que estejam dispostas a inovar, a construir com mais eficiência e sustentabilidade”.
PRODUTIVIDADE – Para o Grupo de Inovações Tecnológicas da Caixa, os sistemas inovadores como o Wood frame vieram para ficar, pois possibilitam valorização do projeto e do planejamento de execução da obra, favorecem parcerias entre os fabricantes e as construtoras, ganhos de produtividade com a redução do tempo de execução da obra e facilidade de montagem das edificações, resultando em um custo final atrativo para o adquirente final.
“Lembramos ser fundamental que os projetistas e as construtoras observem o atendimento às orientações, requisitos e procedimentos previstos na Diretriz SINAT 005 para garantir o desempenho, a qualidade do produto final e o sucesso desta tecnologia em nosso mercado. Entendemos também ser importante para os sistemas leves, a realização de um grande trabalho de divulgação, esclarecimento junto ao mercado e possíveis compradores do potencial do produto, rompendo barreiras culturais e de uso, durabilidade e manutenção”, finaliza.
SUSTENTABILIDADE – A rapidez no processo é possível devido à industrialização de 70% do processo construtivo, o que permite uma redução de 85% dos resíduos e 80% da emissão de CO². “Uma das consequências destes sistemas a seco é o aumento do emprego de mão de obra na fabricação destes componentes e elementos em ambiente coberto de fábrica, com melhores condições de trabalho e perspectiva de continuidade de emprego pela produção em série e menor rotatividade em relação ao trabalho na construção civil tradicional. Outro aspecto relevante é a maior rapidez de execução, pois a produção da habitação será feita pela montagem de elementos, com menor probabilidade de erros e melhor acabamento em função dos componentes pré-fabricados”, destaca Eltz.
Outra questão ressaltada pelo especialista foi a utilização de madeiras de reflorestamento com manejo e beneficiamento controlados e processo de imunização por tratamento em auto-clave, que aumenta a durabilidade e reduz o impacto ambiental nas florestas naturais. O sistema de vedação em placas de madeira, cimentícias e de gesso acartonado industrializado reduz o desperdício de material, observada a modulação destes componentes.
“A utilização de água é reduzida drasticamente e se restringe à execução das fundações, fator de extrema relevância quando se trata de impacto ambiental. Entendemos que todos os fatores citados conferem um grau elevado de sustentabilidade a sistemas construtivos deste tipo”, conclui.
Sobre o Wood Frame - O sistema construtivo wood frame consiste em uma forma mais eficiente, industrializada, rápida e sustentável de construção. Todas as paredes, lajes e cobertura podem ser produzidas em fábrica, com controle industrial de produção. Dentro da parede fica a estrutura em madeira autoclavada para proteção total contra cupim e umidade. Nas duas faces são fixadas chapas estruturais de OSB. Na face externa são fixadas chapas de cimento e sobre elas qualquer tipo de revestimento. As lajes e coberturas também são produzidas em fábrica. Todos estes elementos recebem isolamento térmico e acústico integral. As casas de Wood frame são produzidas em um prazo até seis vezes menor que o processo de construção tradicional e ainda reduz os desperdícios em até 85% e as emissões de CO2 em até 80%. Além disso, os benefícios para o meio ambiente e para o bolso continuam depois da obra entregue, gera economia de 20 a 25% devido ao sistema térmico-acústico que oferece eficiência térmica duas vezes superior a uma casa convencional.
A tecnologia Wood frame foi transferida da Alemanha para a Tecverde com apoio técnico de um convênio com o Ministério da Economia de Baden Wurttemberg, e apoio da FIEP, SENAI e outras 34 empresas. Aqui no Brasil a tecnologia foi tropicalizada, isto é, foi adaptada em relação a algumas características presentes na tecnologia utilizada no exterior.
A robustez do sistema construtivo é um grande diferencial, no Brasil o sistema tropicalizado já foi aprovado em todas as exigências de desempenho da diretriz 005 do SINAT do Ministério das Cidades, as quais já estão alinhadas com a nova norma de desempenho NBR 15575 da construção civil. Entre os ensaios, o sistema foi aprovado com sucesso em desempenho contra fogo, desempenho térmico e acústico, entre outros.
No exterior, além de ser o sistema construtivo mais utilizado em diversos países como: Canadá, USA, Suécia e Chile, o sistema é também bastante utilizado em edifícios, como é exemplo de um edifício protótipo em escala real de oito andares construído no Japão com a tecnologia Wood frame que suportou a simulação de um terremoto de magnitude 7.5.
Foto: Divulgação
No Ar Assessoria & Comunicação